Nanotecnologia no Agronegócio o plástico para comer

Publicado em 19 de abril de 2016

Cientistas brasileiros apresentaram a novidade para o mercado (Foto: Flavio Ubiali/Embrapa)


Skarllet Toledo Caetano: Engenheira Química, Mestre em Engenharia Química na área de Tecnologia de Polímeros. Professora do Curso de Engenharia Química da Univiçosa

Pesquisadores da Rede de Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio (AgroNano), da Embrapa, criaram, no final de 2015, um filme plástico que pode ser ingerido pelos seres humanos. Eles desenvolveram um produto comestível a partir de alimentos como espinafre, mamão, goiaba e tomate.

As características do plástico: resistência, textura e capacidade de proteção, são parecidas com as de um papel-filme convencional. De acordo com os coordenadores da pesquisa, Luiz Henrique Capparelli Mattoso e José Manoel Marconcini, as matérias-primas usadas passaram pelo processo de liofilização, um tipo de desidratação em que, após o congelamento do alimento, toda a água contida é transformada em sólido indo diretamente para o estado gasoso, sem passar pela fase líquida. O resultado é um alimento totalmente desidratado, mas com propriedades nutritivas.

O processo, segundo os estudiosos, pode ser feito com frutas, verduras, legumes e até alguns temperos. Os pesquisadores ainda adicionaram ao plástico a quitosana, um polissacarídeo presente na carapaça de caranguejos com propriedades bactericidas que tem a capacidade de aumentar o tempo de prateleira dos alimentos.

A pesquisa aliada à tecnologia de ponta está cada vez mais gerando inúmeras invenções que beneficiam o consumidor final.