Saneamento Básico no Brasil: questões e embates

Saneamento Básico no Brasil: questões e embates

A falta de tratamento destes rejeitos afeta a saúde da população e acaba por poluir diversas fontes de recursos hídricos

Publicado em 23 de agosto de 2016

Foto: MorgueFile

Karine de Almeida Paula: Geógrafa, Mestre em Arquitetura e Urbanismo. Professora nos cursos de Engenharia Ambiental e Gestão Ambiental da Univiçosa

O saneamento básico se caracteriza como um conjunto de infraestruturas e medidas adotadas pelo governo na tentativa de gerar melhores condições de vida para a população. Tal sistema compreende o conjunto de serviços estruturais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e limpeza e drenagem de lixo e águas pluviais.

Referente a distribuição de água potável destaca-se que o Brasil abriga em seu território um quinto das reservas hídricas do mundo, porém, esta abundância não significa acesso universal a água para o consumo e nem para o saneamento.

De acordo com estudos recentes apenas 39% das residências têm seus rejeitos tratados de forma adequada no Brasil e menos da metade, cerca de 48,6%, da população brasileira é atendida por serviços de esgoto. Embora 82,5% dos brasileiros tenham acesso a água, apenas 43% dos domicílios entre os 40% mais pobres do país possuem vasos sanitários ligados à rede de esgoto, de acordo com os dados de 2013. Tais dados são alarmantes e fazem repensar a prática e implementação de políticas públicas no país.

Neste contexto, a falta de tratamento destes rejeitos afeta a saúde da população e acaba por poluir diversas fontes de recursos hídricos, afetando o bem-estar da população. Salienta-se também que no Brasil a água, além do consumo humano diário, é fundamental para a agricultura e setor de energia.

A própria economia brasileira depende fundamentalmente da água, tendo em vista que, 62% da energia do país é gerada em usinas hidrelétricas e 72% da água disponível para consumo humano é destinada à irrigação na agricultura. Mesmo perante a possibilidade de diversificação das fontes de energia a longo prazo, as usinas hidrelétricas ainda serão responsáveis por cerca de 57% da eletricidade utilizada no Brasil.

Neste contexto, é perceptível a grande dependência da água em setores essenciais da economia brasileira fazendo com que, em tempo de crise, vivida por São Paulo em 2014 e 2015 a produtividade de diversos setores fique comprometida e ameaçada.


Fonte: https://www.univicosa.com.br/uninoticias/noticias/saneamento-basico-no-brasilquestoes-e-embates